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Comunicação e Tecnologia
20/11/2024 por Dianne Caamaño
Tempo de Leitura: 4 minutos
O Dia da Consciência Negra é mais do que um feriado nacional, trata-se de uma data de memória, resistência, reflexão sobre a história, a cultura e a luta da população negra no Brasil. Em um país onde a desigualdade racial ainda é uma realidade, o letramento racial se torna uma ferramenta essencial para promover a igualdade e buscar transformar a nossa sociedade.
A promoção da igualdade racial é um compromisso com os direitos humanos. No qual, é necessário reconhecer desigualdades históricas, enfrentar preconceitos e criar oportunidades iguais para todos. Nas universidades, esse debate é essencial, pois forma cidadãos críticos e preparados para contribuir com o progresso social.
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Entra aí a necessidade de letramento racial. Envolve adquirir conhecimento sobre as dinâmicas do racismo estrutural e institucional, além de desenvolver a habilidade de identificar, questionar e agir contra práticas discriminatórias. Para nós, enquanto universitários, o letramento racial é uma forma de nos tornarmos agentes de mudança, contribuindo para uma sociedade mais justa.
Hoje em dia temos disponíveis séries e filmes que retratam sobre o tema, como a série “Cara gente branca”, “Olhos que condenam”, “Irmandade” e “Meu nome é liberdade””. Mas quero falar em especial da sitcom “Black-ish”, lançada em 2014 pelo roteirista Kenya Barris. A série mistura um pouco da vida pessoal do roteirista, com diversas questões sociais.
A série acompanha o cotidiano dos Johnson, uma família negra, bem-sucedida, vivendo no bairro Sherman Oaks – de classe alta e majoritariamente branca. Ao longo de 8 temporadas, discussões relevantes sobre letramento racial foram abordadas. Destaque para os seguintes episódios:
A literatura também contribui muito para o aprendizado. E se você deseja se aprofundar sobre letramento racial e igualdade, aqui estão algumas leituras indispensáveis:
“Pequeno Manual Antirracista” – Djamila Ribeiro
O premiado livro da filósofa e ativista Djamila Ribeiro, trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. (Sinopse oficial)
“Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” – Carolina Maria de Jesus
O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos. (Sinopse oficial)
“O Genocídio do Negro Brasileiro” – Abdias do Nascimento
Ao longo do século passado, prevaleceu a visão de que os descendentes dos africanos se encontravam, no Brasil, numa condição muito mais favorável do que a vivida pelos negros no sul dos Estados Unidos ou na África do Sul do apartheid. Mais do que estabelecida, essa era uma visão oficial: o Brasil seria uma democracia racial, um lugar em que o grande problema do negro era a pobreza e não o preconceito de cor. Foi contra essa falácia que Abdias Nascimento se insurgiu ao apresentar, no Segundo Festival de Artes e Culturas Negras, em Lagos (Nigéria, 1977), em plena vigência da ditadura militar, um texto combativo, a começar pelo título, demonstrando que a condição dos negros no Brasil não era realmente como aquela nos EUA ou na África, era pior, vítimas que são de um racismo insidioso, de uma política que conduz a um genocídio, para usar o termo do autor, que, ausente das leis e dos discursos políticos, se revela cotidianamente. Assim, a reedição de O Genocídio do Negro Brasileiro pela editora Perspectiva não é apenas uma homenagem histórica, mas a constatação de um fato: a despeito do trabalho dos ativistas e da mudança de mentalidade na academia, a situação continua inalterada. Segundo a ONU, atualmente no Brasil ocorre, a cada 23 minutos, a morte de um jovem negro. Em geral, do sexo masculino; em geral, pela ação, ou omissão, do Estado, da polícia a instituição de escolha para se lidar com qualquer questão social no país. É preciso dizer mais?. (Sinopse oficial)
“Memórias da Plantação: Episódios de Racismo Cotidiano” – Grada Kilomba
É uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, Memórias da Plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso acadêmico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de gênero, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais. (Sinopse oficial)
É com muita alegria que convidamos a todos para participar da XV Jornada BrasileirAfro. O evento será realizado no canal da UNISUAM no YouTube no dia 21/11 a partir das 17h. Este ano, o tema central será O Direito Antidiscriminatório e o Princípio da Igualdade, com a participação de professores negros do Curso de Direito da UNISUAM.
O evento visa promover o letramento racial e ampliar o debate sobre igualdade racial entre os alunos, destacando a relevância desses temas para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa. Marque na sua agenda e junte-se a nós para essa reflexão enriquecedora!
#AgoraÉSuaVez de ser parte da mudança.
Publicitária e Jornalista, especialista em Marketing e Designer Gráfico. Escrevo por aqui, manda pauta! ;)
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