Estude na UNISUAM
03/04/2024 por Fernando Moura
Tempo de Leitura: 2 minutos
Choques elétricos em postes e bueiros é um tema que já preocupava os moradores da Zona Sul do Rio de Janeiro e voltou à tona após a morte do porteiro Leonardo Monsores da Silva, em Ipanema.
De acordo com dados do DataSUS, em 2023 foram registradas 42 mortes na cidade do Rio em decorrência de choques elétricos. Só em 2024, já foram registradas 66 ocorrências, segundo o Corpo de Bombeiros.
O assunto virou tema de um Projeto de Lei (PL) que busca desenvolver uma política municipal de prevenção de acidentes elétricos. O vereador Marcos Paulo apresentou o projeto em 2023; após a morte de Leonardo, ele acrescentou uma emenda ao texto onde busca responsabilizar as concessionárias pelos choques sofridos por animais e pessoas, prevendo que as empresas arquem com as despesas médicas ocasionadas pela falta de manutenção dos equipamentos.
Em entrevista ao jornal O Globo, o vereador destacou o risco de vida gerado pela falta de manutenção adequada aos postes e bueiros:
“É preciso urgente a manutenção desses equipamentos; vidas estão em risco. Inicialmente, propusemos o projeto de lei após os inúmeros acidentes com animais silvestres causados pela rede elétrica urbana no ano passado. Agora, com o óbito de uma pessoa e mais relatos de que animais domésticos estão sofrendo choques, vamos propor uma emenda ampliando o PL para incluir também ações com pessoas e com animais domésticos”
Roberto Cruz da Silva, professor da UNISUAM, mestre e doutor em Engenharia Nuclear pela UERJ e detentor de mais de 32 anos de experiência em Engenharia Elétrica na Marinha, explica que os raios estão entre as principais causas de descargas elétricas, com maior incidência em período chuvosos:
“Quando um raio atinge um poste ou uma linha elétrica próxima, pode resultar em uma descarga elétrica. Esses danos podem ser motivados pela falta de manutenção nas redes de baixa e alta tensão, podendo causar sobrecargas, curtos-circuitos ou falhas de isolamento, aumentando a probabilidade de descargas elétricas nos postes de rua que, em muitos casos, podem ocasionar riscos de choque elétrico nas pessoas que passam próximas ao local”, explica.
O professor reforça a necessidade de manutenção e atenção das concessionárias com os equipamentos:
“Outro ponto importante são os fatores externos, tais como árvores próximas às redes de baixa e alta tensão, interferências de aves ou objetos estranhos. Se encostarem simultaneamente em dois condutores, podem causar descargas elétricas nos postes de rua. Nesse contexto, é importante que as concessionárias de energia, que são responsáveis pela manutenção desses postes, realizem inspeções regulares e implementem medidas de segurança para reduzir riscos e garantir a segurança da população”, pontua.
Segundo Roberto Cruz, a gestão pública, através da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), também precisa realizar fiscalizações rígidas:
“Para evitar maiores danos à população, a gestão pública, por meio da ANEEL, deve fazer uma fiscalização rígida junto às concessionárias de energia, inspecionando a programação de vistorias periódicas na rede elétrica, o investimento em modernização da infraestrutura elétrica com instalações subterrâneas e tecnologias avançadas de proteção contra sobrecargas e sistemas de monitoramento, em tempo real, para detectar e responder rapidamente aos problemas”, afirma.
Além de proteger a vida animal e humana, tais medidas ajudam o consumidor a preservar seus eletrodomésticos, impedindo que sejam danificados:
“Essas medidas podem melhorar a segurança elétrica nas ruas e reduzir o risco de descargas elétricas, protegendo tanto os cidadãos quanto a rede de energia que influencia na vida útil dos aparelhos elétricos dos consumidores”, complementou o professor.
Foto de capa: Rogério Coutinho/TV Globo
Analista de Marketing das redes e Blog UNISUAM. Jornalista e Pós-Graduado em Comunicação e Marketing em Mídia Digitais.
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