Nota 10
21/04/2025 por Dianne Caamaño
Tempo de Leitura: 2 minutos
Ao longo do calendário cívico brasileiro, o dia 21 de abril se destaca por homenagear Tiradentes, um dos personagens mais simbólicos da história nacional. A data marca a execução de Joaquim José da Silva Xavier, em 1792, por sua participação na Inconfidência Mineira; um movimento de contestação ao domínio português no Brasil Colônia. Mas afinal, quem foi Tiradentes? Por que ele é lembrado até hoje? E o que torna esse episódio tão relevante para a história do país?
Joaquim José da Silva Xavier era alferes (um posto militar equivalente ao de tenente), atuava como tropeiro e dentista, o que lhe rendeu o apelido pelo qual é conhecido até hoje: Tiradentes. Atuando em Minas Gerais no final do século XVIII, foi um dos integrantes mais engajados da Inconfidência Mineira, movimento influenciado pelos ideais iluministas de liberdade e autonomia que ecoavam na Europa e nas colônias americanas.
A Inconfidência tinha como principal motivação o descontentamento com a alta carga tributária imposta pela Coroa portuguesa, especialmente com a política da derrama, que cobrava impostos de forma coercitiva dos mineradores e comerciantes da região.
Tiradentes foi preso, julgado e condenado à morte por enforcamento. Os outros inconfidentes receberam penas menores, em função de terem feito acordos ou pedido clemência ao rei. Sua execução, ocorrida em 21 de abril de 1792, foi pública para que servisse de exemplo aos demais, com o objetivo de desencorajar qualquer tentativa de rebelião.
Curiosamente, Tiradentes não foi reconhecido como herói logo após sua morte. Na verdade, sua figura permaneceu relativamente apagada até a proclamação da República, em 1889. Foi apenas nesse novo regime político que ele passou a ser exaltado como símbolo de luta contra a opressão e defensor da liberdade.
Nesse processo, sua imagem foi adaptada para se alinhar aos valores republicanos. Representações de Tiradentes com cabelos longos, barba e expressão serena passaram a circular com frequência, associando-o até visualmente à figura de Jesus Cristo. Esse movimento mostra como a construção simbólica de personagens históricos pode variar ao longo do tempo, de acordo com os interesses políticos e sociais de cada época.
Mais do que um simples dia de descanso no calendário, o 21 de abril nos convida a refletir sobre o passado e sobre como construímos a memória nacional. Tiradentes representa um momento em que ideias de liberdade e autonomia começaram a ganhar força no território brasileiro, ainda que sua execução tenha ocorrido quase cem anos antes da Independência do Brasil.
A data também nos lembra que a história é construída a partir de interpretações, documentos, disputas e simbologias, e que, compreender esse processo é essencial para uma sociedade mais crítica, consciente e preparada para o futuro.
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