Nota 10
11/04/2023 por Fernando Moura
Tempo de Leitura: 4 minutos
Os povos indígenas detém um conhecimento ímpar sobre tecnologias como arquitetura, engenharia, agricultura, medicina e diversas outras técnicas. Toda essa sabedoria sempre caminhou e ainda caminha conectada com a natureza. Conheça algumas delas:
Tipiti
O Tipiti é um objeto desenvolvido pelos povos indígenas para extração do veneno da mandioca brava.
A ferramenta tem um formato cilíndrico, feita de palhas trançadas, com aproximadamente 2 metros de comprimento e extremidades reforçadas. Em uma das pontas vai a mandioca para ser prensada e então extrair o líquido amarelo e letal para o ser humano.
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Os povos originários obtêm a massa de mandioca, como resultado, que é transformada posteriormente em farinha. Já o líquido, após alguns dias de fermentação, dá origem ao molho Tucupi, tão presente na culinária nortista brasileira.
As tecnologias indígenas também estão presentes no mundo da água. Com o conhecimento pleno de espécies de peixes e animais aquáticos, os povos originários constroem canoas dos mais diferentes tipos, capazes de navegar sobre rasos igarapés ou grandes e bravos rios.
Esse tipo de tecnologia foi desenvolvida ao longo de muitos anos. A busca por encontrar a árvore perfeita, o domínio do fogo e da água para moldar o casco das canoas foram fundamentais para que cada povo encontrasse o tipo perfeito de veículo para sua necessidade.
Os povos indígenas de regiões úmidas, como a Amazônia, praticam a agricultura de corte e queima. Esse tipo de técnica consiste em derrubar troncos de árvores, deixar secar no sol e atear fogo. Então, após a primeira chuva, o terreno está cheio de cinzas e irregular, ou seja, perfeito para o plantio, com todos os vegetais misturados.
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Há também o roçado, conhecido como sequeiro e depende exclusivamente da chuva, uma vez que não existe irrigação artificial no cultivo. Milho e macaxeira são os alimentos resultantes desse sistema de plantio.
Nas diversas aldeias e culturas, os tratamentos de curas geralmente são aplicados pelos pajés. Além do uso da fé, a medicina indígena é centrada no conhecimento e respeito desses povos com a natureza.
As propriedades medicinais indígenas são baseadas na flora. Diversas plantas são utilizadas para tratamentos, por exemplo: para bouba, feridas e dermatoses, a copaíba, a maçaranduba, a quineiras e o maracujá podem ser a solução. Caju, ananás e jaborandi são utilizados como diuréticos e, para picadas de cobras, caapiá, pau-cobra e a erva-cobra podem salvar sua vida.
Os povos originários também mostram um amplo conhecimento de arquitetura. Com diversos tipos de habitações, a condição climática e a disponibilidade de material são os principais pontos de diferenciação.
No Xingu, suas habitações são inspiradas no formato de algum animal, onde a parte frontal é o peitoral e os fundos são as costas. São cravados pilares de sustentação no solo e ripas de madeira e bambu são responsáveis por vedar a moradia.
Já os Yanomamis constroem aldeias no formato circular, conhecido como “shabonos”. O tamanho varia de acordo com o número de habitantes e há um vão central que pode chegar até 15 metros. A estrutura é formada por galhos e varas, sendo cobertas por folhas de palmeiras.
Os povos indígenas também são responsáveis pelas conhecidas casas de palafitas. Esse tipo de habitação tem o objetivo de fugir da época de cheia dos rios, então, as casas possuem uma estaca mestra no centro, duas bifurcadas e várias outras na horizontal, posteriormente cobertas com palhas. Diversos povos como tupi, tapuia, além de diversos outros fora do Brasil, já foram registrados utilizando esse tipo de habitação.
Os povos originários acumularam diversos conhecimentos ao longo da história. A compreensão e o uso da natureza para desenvolver tecnologias importantes para sua sobrevivência são impressionantes, mas infelizmente pouco reconhecidas.
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Os povos indígenas foram vistos como primitivos e domesticados por séculos, mas é exatamente o oposto. Com maneiras próprias de se comunicar, criar, sobreviver e ocupar espaços, os povos originários foram capazes de desenvolver técnicas e tecnologias importantes que são utilizadas até os dias atuais.
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Analista de Marketing das redes e Blog UNISUAM. Jornalista e Pós-Graduado em Comunicação e Marketing em Mídia Digitais.
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