Fique em casa e lave as mãos! As orientações parecem simples, mas para milhares de pessoas que vivem em situação de rua na cidade estas medidas não são tão fáceis. Pensando justamente nos moradores de rua, Ana Paula Rios criou a Pia do Bem, uma iniciativa social que disponibiliza lavatórios portáteis pela cidade.

Egressa do curso de Engenharia de Produção UNISUAM, Ana Paula, que se formou em 2019, conta que a Pia do Bem foi desenvolvida durante essa pandemia com o objetivo de garantir que a população de rua tenha acesso à lavagem das mãos, procedimento fundamental na luta contra a COVID-19.

“Sou idealizadora de um chuveiro itinerante, o @banhodaalegria, que atende também à população em situação de rua. Conheço de perto a realidade quanto à higiene e sabia que, neste momento, eles precisavam muito de alguma coisa neste sentido”, relata ela.

A estrutura, feita de madeirite, consiste em dois módulos nos quais são colocados baldes — um com água limpa, outro com a água usada. Na lateral, há papel-toalha e um recipiente com detergente.

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A pia-piloto foi colocada na Av. Presidente Vargas, junto ao número 509, no Centro do Rio. Segundo Ana Paula, abastecendo, em média, 2 vezes ao dia, as pias podem oportunizar mais de 4.500 lavagens por mês.

Fotos: JP Maia – @asfotosdejoao / Foto: Lorena Mossa – @lorenamossa / Foto: Lorena Mossa – @lorenamossa[/caption]

“O abastecimento vai depender da capacidade de cada pia. Quanto mais conseguir abastecer, mais lavagens consegue oferecer. Qualquer pessoa pode abastecer, é só trazer uma garrafinha”, diz ela.

O projeto da Engenheira chamou a atenção do jogador Marcelo, do Real Madrid e da Seleção. O lateral apadrinhou a iniciativa e vai custear a instalação de 100 unidades.

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Para a missão de fazer o mapeamento para a instalação dessas novas 100 unidades, Ana Paula contou com a ajuda do egresso do curso de Arquitetura e Urbanismo UNISUAM, Éric Alves Gallo, que se formou em 2018.

“Eu e a Ana Paula nos conhecemos por meio do Núcleo de Práticas de Projetos – NPP UNISUAM, no qual atuamos como estagiários. Ela já tocava o @banhodaalegria e agora, nesse momento de pandemia, ela surgiu com a pia do bem, um projeto mais emergencial, e eu me coloquei à disposição para ajudar no que fosse preciso em relação às questões do espaço urbano”, declara ele.

O mapeamento, de acordo com Éric, foi feito com base no Manual dos Cuidados em Saúde Junto à População em Situação de Rua, do Ministério da Saúde, que orienta que os trabalhos de mapeamento, cartografia, sejam feitos em parceria com assistentes e agentes sociais.

“Em parceria com 2 agentes sociais, com todas as medidas de prevenção e segurança, percorremos a cidade de bicicleta, conversando com pessoas em situação de rua e identificando onde essas pessoas ficam, onde conseguem água, quem tinha água para oferecer, e, a partir daí, mapeamos os locais para a instalação das novas pias”, explica Éric.

Os egressos acreditam que, além da população em situação de rua, a Pia do Bem também vai auxiliar muitas pessoas que precisam circular pela cidade e não têm onde lavar as mãos.